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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Tucanos recorrem ao machismo para compensar falta de projetos


Na mesma proporção que avança o cenário eleitoral de 2010 e cresce o apelo da candidatura de Dilma na sociedade, aumenta o desespero dos tucanos em desmoralizar sua liderança a frente deste processo.
FHC, ao declarar que Dilma não é líder e é somente um reflexo de Lula, não faz mais do que revelar, além de um machismo enraizado, seu desespero com a ausência de rumos e propostas do tucanato para o Brasil.
A proferir essa afirmação, FHC leva somente em consideração, para se caracterizar o que é ser uma liderança, o fato de ter disputado ou não votos numa eleição. Por que a trajetória pessoal de Dilma se torna invisível em seu critério? Ao afirmar que Serra é líder porque mostrou que faz, por que também não menciona o histórico de boa administradora de Dilma, altamente reconhecida como das suas melhores qualidades para ser candidata de Lula? FHC acusaria um homem com esse mesmo histórico de Dilma de não ser líder?
É sabido que o governo Lula teve o marco de uma virada mais desenvolvimentista durante o segundo mandato. É nesse período que verificamos o papel protagonista do Estado brasileiro na indução do desenvolvimento econômico, através dos avanços nas obras de infraestrutura promovidas pelo PAC e de uma mudança, ainda que tímida, da política econômica, com redução de juros.
Alguns analistas políticos, mesmo agentes do PIG como Merval Pereira, admitem que essa mudança de orientação se deu por conta da vitória de uma queda de braço dentro do próprio governo entre um campo mais progressista, representado por Dilma, contra os ortodoxos conservadores, representados em outros momentos por Palocci.
Dilma também esteve à frente do Ministério das Minas e Energia exatamente no momento em que o avanço de pesquisas na área de petróleo garantiu a descoberta de uma imensa reserva de petrolífera na camada pré-sal, possibilitando ao Brasil o ingresso no rol dos países mais influentes na nova disposição da geopolítica mundial e discutir rumos mais profundos para seu desenvolvimento.
Para além desta história recente, Dilma também participou intensamente das lutas de resistência à ditadura militar na década de 60, em movimentos de esquerda, participou de governos no Rio Grande do Sul, o que demonstra uma trajetória de muita capacidade política e administrativa e, consequentemente, de conduzir um projeto de desenvolvimento autônomo, ambientalmente sustentado, que valorize o trabalho e a distribuição de renda.
Por enquanto, a suposta liderança de Serra, se afunda cada vez mais na administração do caos que se tornou São Paulo com as enchentes, nos baixos níveis educacionais, no desabamento de parte das obras do Rodoanel e na completa ausência de um projeto para o Brasil.


Flávia Calémilitante da UJS, estudante de História da UFRJ e presidente da UEE-RJ
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