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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010


 Qdo? 07 DE MARÇO
 Ond? Associação Nação do Reggae Rua Guaratuba- Bela Vista (próx Rua 13)

Programação:
10h00 - Oficinas 5 elementos

11h00 - Lançamento Livro: “Hip-Hop a Lápis 2: A Literatura do Oprimido”

12h30 - Debate: Lugar de Mulher é em todo lugar, nosso dia é todo dia!
Convidadas: Luiza Cordeiro (Poder Legislativo- Guarulhos)
                   Eva de Oliveira (Poder Legislativo- Sumaré)
                   Olinda (Fórum de HipHop e Políticas Públicas)     
                   Mercedes Alencar (Nação HipHop Brasil)
                   Luciana (Nação HipHop Brasil- Marília)
                   Mariana Piovesan (Associação do Reggae)
                   Fran Fernanda(UJS)
                   Lunna (Site Mulheres no HipHop)
                   Flávia Costa (UBM/ Coordenadoria da Mulher)


15h00 - Intervenções Culturais (Traje Negriá, CTE Capoeiragem, e outras intervenções convidadas)

16h30 -  Jam Session com 16 músicos e microfone livre para Freestyle “Manifestação Original da Essência HipHop”.




Realização: União da Juventude Socialista


Co-Realização: Associação Nação do Reggae
                 União Guarulhense dos Estudantes Secundaristas
Apoio: Nação Hip-Hop Brasil
        Site Mulheres no Hip-Hop

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Pânico invade BBB10, desmoraliza Bial e zomba ao vivo da TV Globo

A TV Globo estuda medidas judiciais contra a Rede TV! após a bem-sucedida — e engraçada — invasão de um humorista do programa Pânico na TV, no último dia 2, ao Big Brother Brasil 10. As imagens foram ao ar na noite do último domingo (21).

Na gravação, o humorista Daniel Zukerman orientou o Agente DeLari — que atua no quadro "O Impostor". DeLari conseguiu se infiltrar na torcida da eliminada Tessália, obteve imagens clandestinas com uma câmera amadora e antecipou-se ao apresentador da atração, Pedro Bial, cumprimentando a ex-BBB.
A Globo considera a possibilidade de contestar a atitude do programa da RedeTV! judicialmente — e informa, constrangida, que a segurança foi reforçada para evitar novas investidas. Já Tessália comentou em seu twitter que também pretende acionar a RedeTV! pela intervenção de De Lari. “Quero enfatizar que não estou satisfeita com as atitudes referente à gravação do @programapanico e que medidas serão tomadas. #FimdePapo”, escreveu a ex-BBB.
Há a possibilidade de que toda a "invasão" mostrada seja falsa, visto que um produtor do Pânico, chamado Higor Math Corrêa, é amigo de Tessália. O nome de Corrêa consta em uma lista, autorizada pela mãe da ex-BBB, de pessoas autorizadas a estarem na plateia — o que descaracteriza a invasão mostrada no Pânico.
De uma forma ou de outra, a TV Globo afirma que a Rede TV! passou dos limites ao mostrar o apresentador Pedro Bial “esquentar” a plateia, de forma um tanto bizarra, cantando a música Palco, de Gilberto Gil. A RedeTV! declarou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não se pronunciará sobre o caso.
Da Redação, com informações da Folha Online e do Portal Imprensa

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Surge uma nova literatura, a Literatura do Oprimido.
Este é um livro para ficar guardado na estante. Por que se sair de lá, vai mexer com você. Ousado, polemico, desafiador, reflexivo, instigante, inteligente. 

 Hip-Hop a Lápis - A Literatura do Oprimido  capa do livro
É isto que encontrará nas 272 páginas do livro Hip-Hop a Lápis – A Literatura do Oprimido.
O segundo livro da série produzida pelo Ponto de Cultura Hip-Hop a Lápis. A diversidade de temas e abordagens dos 60 autores de todos os cantos, cores e escolaridades mas com uma coisa em comum, a paixão pelo hip-hop e pela literatura. Os rappers, nomes conhecidos, os pesquisadores, os leitores, os fãs, todos juntos e misturados.

Uma leitura única, direta com linguagem de moleque e profundidade de intelectual. Falam de ruas, drogas, sexo, violência policial e doméstica... enfim. Falam da vida oprimida pelo melhor ângulo.

O livro é ilustrado pelo graffiteiro Thiago Vaz, com prefácio de Célio Turino (MinC), apresentado por Aliado G e Sérgio Vaz. São 80 textos distribuido em 14 capítulos organizado por Toni C.
A públicação é inovadora em extrair crônicas da internet (www.vermelho.org.br/hiphop), agora tem mais uma novidade. A seleção dos autores é apresentada diáriamente um a um pelo twitter, a história escrita a lápis é contada por quem vem de baixo, seu protagonista. (twitter/hiphop_a_lapis)

Leia, a Literatura do Oprimido.
Se tiver coragem!


Guarulhos Já tem um exemplar na sua estante! 
Quer ler?  Entre em Contato: comunicacao.ujsguaru@gmail.com
11 de Fevereiro de 2010 - 13h29

Comunistas de Guarulhos preparam o primeiro seminário

O primeiro embrião para realizar atividades culturais do partido em Guarulhos foi com o movimento cultural Noites Vermelhas, após algumas atividades, foi criado um organismo de base (Núcleo Popular de Cultura), específico tendo a frente Ricardo Lee e membros como Auriel Filho, Alexandre Berne, Francis Fernanda, Pamela Fernandes, Marcio Alan dos Anjos e Walter Lima.

O organismo representou o partido na conferência municipal de cultura e na audiência pública do orçamento destinado a pasta no final de 2009 e em vários encontros sobre culturas de rua como; Hip Hop, grafite, poesia marginal e teatro. Alias o coletivo de cultura foi o único a discutir com o Secretário de Cultura, Helio Arantes que as ações da pasta estavam equivocadas e que precisavam de mudanças, porque o caráter que se via era uma política voltada para o entretenimento e não para o fomento de ações culturais.

Criação partiu da idéia que o partido precisava de um organismo estratégico que tratasse especificamente dessa área, principalmente pela a importância de se discutir a cultura nacional que vem ganhando novos contornos, principalmente nas periferias de todo o país. O coletivo é um organismo de formulação e ação política, cuja missão é ser um espaço de militância dos comunistas da cultura.

Na cidade de Guarulhos o coletivo vem discutindo com os agentes culturais e artistas novos caminhos de ação, fomento da cultural, orçamento e propostas que visem preservar a memória e o patrimônio Histórico.

Nesse sentido, o coletivo programou a realização de um seminário municipal, em abril, para discutir propostas e criar um documento sobre o que os comunistas da cidade pensam e defendem para a nossa cultura.

  Auriel Filho

www.vermelho.org.br/sp
1 de Fevereiro de 2010 - 21h09

 José Serra sobre Arruda: "Vote num careca e ganhe dois"

A prisão do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, será, sem dúvida, a principal notícia política da semana. Para incrementar ainda mais esta pauta, vale a pena relembrar alguns episódios como este mostrado no vídeo, em que o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), anuncia a possibilidade de compor com Arruda uma chapa para disputar a presidência.

O episódio aconteceu bem antes da operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, que desnudou o esquema de corrupção no governo do Distrito Federal. Mas é revelador da simpatia que o presidenciável José Serra alimentava pelos aliados do DEM.

Antes de cair em desagraça, José Roberto Arruda era um dos nomes mais cotados para ser vice de Serra numa chapa demo-tucana. Agora, Serra terá que arrumar algum outro "careca" para lhe fazer companhia.

Veja abaixo o vídeo com a declaração bem humorada de Serra:
http://www.youtube.com/watch?v=wIXSSkvs06c&feature=player_embedded




Fonte: www.vermelho.org.br

Geral

10 de Fevereiro de 2010 - 18h48

Ações pedem respeito aos direitos sexuais das mulheres

Durante o ano de 2010, a Anistia Internacional México realizará, em parceria com entidades que defendem os direitos sexuais e reprodutivos, ações de sensibilização sobre a violação destes direitos femininos e sua ligação direta com a pobreza. A promoção do acesso aos direitos sexuais e reprodutivos também é uma das finalidades da campanha que teve início no último dia 6 em Chiapas e Puebla.

As ações acontecerão em várias cidades do México com o intuito de convidar as mulheres a estarem vigilantes para os seus direitos e para as reformas que "atentam sobre sua vida, saúde e liberdade". As manifestações públicas também deverão pedir, entre outras medidas, a eliminação dos obstáculos para que as mulheres grávidas em virtude de violação, agressão sexual ou incesto possam interromper a gestação.

Outra solicitação é que estas mulheres que optaram pelo aborto tenham total atenção médica, acesso a medicamentos, assessoramento e apoio psicossocial e legal. Também é importante que seja oferecido apoio e informações para as vítimas de violação e para as que decidiram interromper a gestação. Contudo, isto só poderá ser feito mediante reforma urgente da legislação.

O respeito à liberdade feminina para decidir sobre sua vida e saúde é latente nas solicitações da Anistia Internacional. A entidade pede que seja "anulada toda legislação que permita encarcerar ou impor qualquer outra pena a mulheres por solicitar ou se submeter a um aborto, e qualquer outra lei que preveja prisão ou outras penas unicamente por informar sobre o aborto ou por praticar abortos".

Ainda sobre a polêmica questão do aborto é demandado que seja uma obrigação do Estado a oferta de "disponibilidade, acessibilidade, aceitabilidade e qualidade" nos serviços de aborto para as mulheres com casos específicos de violação, agressão sexual, incesto ou gestação de risco para a mãe.

O planejamento familiar também tem espaço nas reivindicações. Neste sentido, é pedido que homens e mulheres tenham acesso garantido a informações para decidir sobre sua vida sexual e familiar sem qualquer tipo de "coação ou discriminação". Contudo, não apenas na fase de decisão as famílias precisam de apoio. Por este motivo, também carecem ser reforçadas as assistências pré-natais, maternais e pós- nascimento, além de ajuda e apoio na criação dos filhos.

A luta de organizações e das mulheres mexicanas pelo respeito aos diretos sexuais e reprodutivos e por seu direito de decidir tem se intensificado com as constantes reformas nas leis locais. Após a aprovação de 17 modificações que defendem a vida desde o momento da fecundação, mais uma lei restringe os direitos e criminaliza o aborto.

Além de entrar em contradição com outras leis aprovadas recentemente em Chiapas, a legislação viola o direito à igualdade, à não discriminação, ao direito de receber educação laica desvinculada de qualquer religião e baseada no direito à liberdade, à proteção da saúde e à intimidade. Sendo que todos estes pontos estão garantidos na Constituição Política do México.

Por estas medidas consideradas de retrocesso e desrespeito, as defensoras dos direitos humanos e as profissionais da medicina exigem que seja assegurada a continuidade de seus trabalhos no sentido de alertar sobre os efeitos negativos da lei reformada e defender os direitos das mulheres.

Fonte: Adital

15º Congresso da UJS

Com lema "Pra Ser Muito Mais Brasil", 15º Congresso da UJS está convocado PDF Imprimir E-mail
Qua, 10/02/10 14h40
A plenária nacional da União da Juventude Socialista convocou, nesta terça-feira, 9 de fevereiro, o 15º Congresso da entidade. A plenária final ocorrerá entre 17 e 20 de junho, na cidade de Salvador (BA), mas
desde agora podem ser realizadas reuniões de filiados e apresentação do tema congressual para toda a juventude brasileira.
Com o lema "Pra Ser Muito Mais Brasil", a proposta de tese contou com dezenas de emendas e foi aprovada de maneira unânime pelos delegados presentes. Agora, o documento será debatido em todo o país, num fecundo processo democrático, até finalmente ter sua versão final aprovada na etapa nacional do Congresso.

Segundo a meta aprovada, mais de 100 mil jovens devem ser mobilizados em todas as fases do processo, sendo que serão computados apenas aqueles que efetuarem o cadastro pela "Rede UJS", sistema também
lançado na plenária. (Para se cadatrar na Rede UJS, mande e-mail para organizacao.ujsguaru@gmail.com)

"Pra Ser Muito Mais Brasil"
A ideia central proposta pelos jovens socialistas é de que o Brasil, fruto do acúmulo das lutas do povo que redundaram nos avanços obtidos nos útlimos anos, tem uma oportunidade rara para se contituir em uma nação próspera, desenvolvida, soberana, justa e integrada de maneira solidária com outros países e povos do continente.

O documento elenca fatos concretos que levam o país a esta nova condição, como a descoberta do pré-sal e a escolha para sediar a Copa do Mundo e as Olimpíadas - levando em consideração que estas não são
meras competições esportivas, mas foram possíveis graças à nova inserção do Brasil no mundo e podem significar importantes oportunidades para resolver entraves estruturais históricos, melhorando a vida do povo.

Outro eixo importante, decorrente do primeiro, é a percepção de que apenas com a união do povo e muita mobilização social será possível concretizar tal oportunidade em realidade. Ainda pela concepção da UJS,
essa luta pela construção de um Brasil melhor está diretamente ligada ao projeto de transformação socialista do país. "Sabemos que, quanto mais as transformações acontecerem, ampliando os direitos do povo e melhorando o país, mais conseguiremos ganhar adeptos para a causa de derrotar o capitalismo e construir uma nova sociedade – e é isso que nos move", aponta o documento aprovado.

Eleições 2010: O Brasil entre o avanço e o retrocesso
Seguindo esta diretriz, os jovens socialistas colocam as eleições presidenciais como o centro da luta política em 2010 e propõem uma ampla mobilização em torno de bandeiras avançadas, que enfrentem os interesses do capital financeiro e seus representantes políticos (PSDB/DEM), e equacionem problemas que afetam centralmente a juventude, como a educação, o desemprego (do qual os jovens são as principais vítimas), a violência contra o jovem nas grandes e médias cidades e outros.

Para a UJS, tal programa avançado deve ser liderado por uma candidatura que consiga representar o legado dos governos de Lula e, ao mesmo tempo, apresentar uma perspectiva de renovação e aprofundamento das mudanças iniciadas.

Rede UJS e novo site: a UJS entra de sola no mundo virtual

Um dos pontos altos da plenária foi o lançamento dos novos sistemas de organização e comunicação da UJS.
A "Rede UJS" - rede social virtual que interligará todos os filiados da entidade, núcleos e direções - será o centro de mobilização do Congresso e proporcionará profundo conhecimento da militância e suas
predileções, suas frentes de atuação, local de moradia, estudo e trabalho, enfim, um conjunto de dados que sirvam para visualizar e planejar o crescimento da entidade.

A rede social, que ainda terá novas fases de desenvolvimento nos próximos meses, também vai proporcionar criação de perfis e comunidades, veiculação de mensagens, fotos e vídeos, tal como fazem sites de relacionamento modernos e muitos utilizados pela juventude brasileira.

Avaliação do 38º Congresso da UBES

 
Guarulhos no 38º Congresso da UBES
 
Também foi pauta da plenária a avaliação da participação da UJS no processo do 38º Congresso da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES).

O documento aprovado apontou que o resultado foi, no fundamental, positivo, pois os objetivos de ampliar a influência dos jovens socialistas entre o movimento secundarista e de construir ampla unidade em torno da bandeira de 50% do Fundo Social do pré-sal para a educação foram atingidos.

Também foram vistos como vitoriosos o novo método eleitoral da UBES, mais democrático e que permite eleições diretas nas escolas, e a diretriz de ampliar os esforços políticos destinados ao movimento secundarista. Ainda assim, foi registrada a necessidade de insistir nesse esforço, já que todos os dividendos dessa linha política não foram alcançados de imediato neste Congresso.

Fonte: www.ujs.org.br
Tucanos recorrem ao machismo para compensar falta de projetos


Na mesma proporção que avança o cenário eleitoral de 2010 e cresce o apelo da candidatura de Dilma na sociedade, aumenta o desespero dos tucanos em desmoralizar sua liderança a frente deste processo.
FHC, ao declarar que Dilma não é líder e é somente um reflexo de Lula, não faz mais do que revelar, além de um machismo enraizado, seu desespero com a ausência de rumos e propostas do tucanato para o Brasil.
A proferir essa afirmação, FHC leva somente em consideração, para se caracterizar o que é ser uma liderança, o fato de ter disputado ou não votos numa eleição. Por que a trajetória pessoal de Dilma se torna invisível em seu critério? Ao afirmar que Serra é líder porque mostrou que faz, por que também não menciona o histórico de boa administradora de Dilma, altamente reconhecida como das suas melhores qualidades para ser candidata de Lula? FHC acusaria um homem com esse mesmo histórico de Dilma de não ser líder?
É sabido que o governo Lula teve o marco de uma virada mais desenvolvimentista durante o segundo mandato. É nesse período que verificamos o papel protagonista do Estado brasileiro na indução do desenvolvimento econômico, através dos avanços nas obras de infraestrutura promovidas pelo PAC e de uma mudança, ainda que tímida, da política econômica, com redução de juros.
Alguns analistas políticos, mesmo agentes do PIG como Merval Pereira, admitem que essa mudança de orientação se deu por conta da vitória de uma queda de braço dentro do próprio governo entre um campo mais progressista, representado por Dilma, contra os ortodoxos conservadores, representados em outros momentos por Palocci.
Dilma também esteve à frente do Ministério das Minas e Energia exatamente no momento em que o avanço de pesquisas na área de petróleo garantiu a descoberta de uma imensa reserva de petrolífera na camada pré-sal, possibilitando ao Brasil o ingresso no rol dos países mais influentes na nova disposição da geopolítica mundial e discutir rumos mais profundos para seu desenvolvimento.
Para além desta história recente, Dilma também participou intensamente das lutas de resistência à ditadura militar na década de 60, em movimentos de esquerda, participou de governos no Rio Grande do Sul, o que demonstra uma trajetória de muita capacidade política e administrativa e, consequentemente, de conduzir um projeto de desenvolvimento autônomo, ambientalmente sustentado, que valorize o trabalho e a distribuição de renda.
Por enquanto, a suposta liderança de Serra, se afunda cada vez mais na administração do caos que se tornou São Paulo com as enchentes, nos baixos níveis educacionais, no desabamento de parte das obras do Rodoanel e na completa ausência de um projeto para o Brasil.


Flávia Calémilitante da UJS, estudante de História da UFRJ e presidente da UEE-RJ
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sábado, 6 de fevereiro de 2010


Notícias

28 de Janeiro de 2010 - 20h35

UJS Guarulhos realiza plenária e convoca congresso municipal

Lideranças juvenis guarulhenses reuniram-se no último dia 23, na sede do Sindicato dos Químicos para debater a situação dos jovens da cidade, o planejamento da UJS e as eleições de 2010.

Nossa vitória não será por acidente!
Com um trecho da música do grupo Planet Hemp, os jovens socialistas debateram a importância da eleição que ocorrerá esse ano e a participação da juventude no pleito, além disso convocaram o Congresso da UJS Guarulhos em abril desse ano.

“Essa plenária avança a nossa compreensão sobre o projeto e também sobre o método com a aproximação de novas lideranças estudantis, artistas, “rappers” e principalmente jovens trabalhadores.O tema da plenária foi liberdade de expressão e não foi a toa.,primeiro temos que mandar como a juventude entende, depois eles vão sacar” disse Ricardo Lee Oshiro, presidente da UJS Guarulhos.

“Estamos há muito tempo acumulando para essas eleições, que em nossa avaliação será plebiscitária. Haverá dois projetos em disputa e agora é a hora de reafirmar o projeto que atende aos interesses da juventude” disse Sábatha Fernandes, presidente da União Guarulhense dos Estudantes Secundaristas.

Para Duílio, diretor de organização da UJS,“nossa organização tem que estar a serviço do projeto de país que a nossa geração quer e tem o compromisso de construir, por isso temos convicção que o Brasil não pode retroceder nas mudanças que estão acontecendo para a juventude”, disse o jovem socialista.

De Guarulhos, Preto Luis.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Alexandre Santini é o comparsa de hoje no conversa.com. Ele atuou na UJS e hoje integra a coordenação do coletivo de cultura do PCdoB. Mas suas principais credenciais não são essas. Dramaturgo e diretor de teatro, é um sujeito brilhante, criativo, cativante. Ele está desenvolvendo, junto aos companheiros do CUCA da UNE de todo o país, o projeto de um espetáculo teatral com o título provisório CUCA Conta o CPC da UNE. O título é uma citação e homenagem antropofágica ao ciclo de espetáculos musicais do Teatro de Arena de SP iniciado em 1965 com Arena Conta Zumbi, depois Arena Conta Tiradentes e que chegou ao auge com Arena Conta Bolívar, em 1969/70. Tratava-se de espetáculos musicais, altamente elaborados, que mesclavam a forma épica e a dramática, e representam uma linha de continuidade e avanço das propostas dramatúrgicas do CPC.
Deixemos a palavra com ele, que me disse, carinhosamente, que se sentiu como se fossemos ambos personagens de Rasga Coração. Quero dizer que aprendi muito com a entrevista e recordei dos tempos de teatro estudantil onde iniciei minha vida política.
Alexandre, como é a peça, como surgiu a ideia e quem a escreveu?
Entre 2008 e 2009 fui coordenador geral do CUCA da UNE e sempre persegui o objetivo de consolidar o CUCA como um espaço de produção e criação artística, que reunisse estudantes, artistas e fazedores culturais com o objetivo de pesquisar uma linguagem artística mais próxima das características e das necessidades da cultura do povo brasileiro. Ao encerrar minha gestão no final do ano passado, livre das responsabilidades da coordenação geral, pensei que a melhor contribuição a oferecer ao CUCA neste momento seria como artista, através do meu ofício teatral. Conversei com alguns parceiros do CUCA, que são colegas de teatro, propondo que fizéssemos uma pesquisa, uma releitura, um mergulho profundo numa das mais importantes experiências da vida cultural brasileira, com a qual o CUCA tem uma filiação histórica direta: o Centro Popular de Cultura (CPC) da UNE. Do interesse comum neste diálogo entre as experiências do CUCA e do CPC surge a proposta deste espetáculo teatral, intitulado CUCA conta CPC da UNE. E o método de trabalho é ousado: todo o processo de criação do espetáculo vem sendo desenvolvido em rede nacional, com ensaios presenciais de um núcleo gerador reunido no Rio de Janeiro, e um intenso trabalho virtual através de ferramentas da internet, reunindo artistas de pelo menos oito estados. Ou seja, fazendo também “ensaios virtuais” e construindo a dramaturgia a partir de um processo colaborativo nacional. Tem sido uma experiência muito interessante e enriquecedora, na forma e no conteúdo.
Parece que tem a forma de um auto. É isso mesmo?
Sim, os autos são uma forma espetacular existente desde a Idade Média, cujas características fundamentais estão presentes em diversas manifestações de teatro popular ao longo da história. Diversas formas espetaculares, desde as peças de Shakespeare até os desfiles de escolas de samba, se utilizam de estruturas cênicas e narrativas bastante próximas aos autos. Os autos são uma forma ao mesmo tempo épica e dramática de contar histórias, seja de um indivíduo, de um povo, de um mito, lançando mão de todos os recursos cênicos possíveis: versos, narrativas, música, imagens… O tema, ou enredo, é o que dá unidade a tudo isso. É uma forma de espetáculo com grande poder de comunicação e fácil compreensão. O próprio CPC lançou mão dessa forma de espetáculo, com o Auto dos Noventa e Nove Por Cento, escrito por vários autores, entre os quais Vianninha, Armando Costa, Carlos Estevam Martins, Cecil Thiré, e até o Marco Aurélio Garcia, hoje assessor internacional da Presidência da República, que na época era do núcleo de dramaturgos do CPC. Esta peça talvez tenha sido uma das experiências mais interessantes da dramaturgia do CPC, justamente porque sua estrutura possibilitava uma facilidade de comunicação imediata, sem necessidade de reducionismos, mensagem diretiva. O Auto dos Noventa e Nove Por Cento é um texto irônico, engraçado, que consegue ser crítico e didático sem perder o bom humor, é popular no melhor sentido do termo. Será muito bom se conseguirmos trazer esse clima para a encenação de CUCA conta CPC da UNE.
Como ela se inscreve no panorama teatral brasileiro contemporâneo?
A historiografia do teatro brasileiro não dá o devido valor e importância à experiência teatral do CPC, e há um forte cunho político e ideológico nesse aparente “esquecimento”. Há, entre os historiadores de teatro no Brasil, uma tendência a certa condescendência do tipo “ah, o CPC fazia um teatro de mensagem, generoso, mas panfletário, sem preocupações estéticas e formais”. E isso absolutamente não é verdade, há desconhecimento ou má-fé neste tipo de afirmação. Só para ter uma ideia, a primeira vez que as formulações de Bertolt Brecht sobre o teatro épico tiveram uma efetiva aplicação de maneira original no Brasil, foi justamente nos textos e encenações do CPC. Brecht falava dos efeitos de distanciamento, de crítica social, de utilização de formas e estruturas populares, de narrativa anti-ilusionista no teatro, e alguns desses pressupostos só chegaram a nossa cena teatral a partir do CPC, e influenciaram decisivamente os movimentos posteriores do teatro brasileiro, como as experiências dos grupos Arena, Opinião, Oficina etc.

Neste sentido, há nesse espetáculo sobre o CPC uma ambição de lançar luzes sobre o lugar e a dimensão desta experiência no panorama do teatro brasileiro, dando ao teatro desenvolvido pelo CPC seu devido valor e reconhecimento. E o CUCA, por sua origem e filiação direta a esta experiência, talvez seja o coletivo que atualmente reúna as melhores condições para uma empreitada desse tipo.
Quando estreia? Como se viabilizou a produção?
A ideia é estrear no final de março em Fortaleza (CE), na mostra artística da TEIA 2010 – Encontro Nacional dos Pontos de Cultura. Neste evento estarão presentes artistas e representantes de grupos culturais de todo o país, um público altamente qualificado e com quem temos o maior interesse em dialogar. Paralelo a isso, vamos formatar um projeto para captação de recursos, inscrevendo em editais, leis de incentivo e outros, para que o espetáculo possa se viabilizar e circular nacionalmente. A peça reunirá artistas de todo país, portanto o principal desafio, em termos de produção, será viabilizar o deslocamento e a circulação da equipe pelo Brasil afora. Mas até isso tem a ver com o espírito do CPC, com as caravanas da UNE Volante, e certamente o espetáculo irá se construindo e se aprimorando no transcorrer das apresentações.
Por outro lado, não estaremos reféns de certas exigências mercadológicas que oneram os orçamentos das produções de teatro comercial: salários “de mercado”, gastos exorbitantes com divulgação, assessoria de imprensa, aluguel de salas etc. Uma das principais inovações do CPC foi justamente em relação aos meios de produção: ao se aliar e obter o apoio do movimento estudantil e dos movimentos sociais, o CPC encontrou alternativas de suporte financeiro e logístico diferentes e criativas em relação ao teatro comercial da época, o que proporcionou mobilidade e agilidade na circulação de suas produções culturais. Marxistas que somos, acreditamos que a escolha dos meios de produção influenciará decisivamente a forma e o sentido do produto. Este é mais um dos legados do CPC que buscaremos recuperar para aprimorar e desenvolver, e, quem sabe, estaremos formulando também um novo modelo de produção teatral para o Brasil de hoje, um software livre para se fazer teatro, uma alternativa simples e eficiente aos rigorosos e inacessíveis padrões éticos, estéticos e econômicos do mercado cultural.
Dramaturgia e música: tudo a ver no Brasil?
Tudo a ver. A musicalidade do povo brasileiro é um fator definitivo da nossa cultura e identidade nacional, e no caso do teatro não é diferente. A presença da música na cena teatral brasileira é riquíssima. Desde o século XIX a partir das revistas e operetas de Artur Azevedo e França Junior, os espetáculos musicais ocupam lugar de destaque na nossa dramaturgia. Compositores como Chiquinha Gonzaga foram lançados e se tornaram populares através do teatro. O teatro de revista das duas primeiras décadas do século XX deu lastro a uma importante tradição de teatro musical brasileiro, que influenciou, por exemplo, o formato dos programas que popularizaram o rádio enquanto veículo de comunicação de massa no Brasil, bem como o nascimento da indústria cinematográfica, com as Chanchadas da Atlântida. Nos anos 60, com o resgate do samba dos morros cariocas e a crescente politização dos meios artísticos em um período de endurecimento político e polarização ideológica, retomou-se a criação de espetáculos musicais com características brasileiras, do qual o exemplo mais emblemático é o Show Opinião, de 1965, considerado por muitos a primeira “resposta” do setor cultural ao golpe militar ocorrido no ano anterior. A partir do Opinião inicia-se um novo ciclo para espetáculos musicais no Brasil, que conseguiram aliar qualidade estética com apelo popular e obtiveram grande sucesso junto ao público e à crítica especializada.
No entanto, a partir dos anos 1980, os espetáculos musicais vão se distanciando desta tradição e o modelo que passa a imperar é uma transposição do formato dos musicais da Broadway, alguns com boa realização cênica, outros arremedos grosseiros, mas que padecem igualmente de certo acanhamento e visível falta de originalidade em relação ao produzido originalmente na metrópole. Mas há no teatro brasileiro uma vocação irresistível para o espetáculo musical, que está longe de ser aproveitada como deveria em nosso panorama teatral.
Você recupera duas tradições valiosas: a do Teatro de Arena e a do CPC. Fale um pouco sobre isso.
O Teatro de Arena e o CPC são experiências irmãs, que representam um divisor de águas na história do teatro brasileiro. Ambas têm a mesma origem, que foi a criação em meados da década de 1950 do Teatro Paulista do Estudante (TPE), por um grupo de secundaristas ligados a UPES (e ao Partido Comunista) que reunia os adolescentes Oduvaldo Vianna Filho, Gianfrancesco Guarnieri e Vera Gertel. Posteriormente, este grupo se associa ao diretor José Renato que havia fundado alguns anos antes um Teatro de Arena na Rua Teodoro Bayma, em São Paulo. A este grupo se junta Augusto Boal, que em 1958 assume a direção do grupo e decide encenar uma peça escrita por um de seus jovens atores, Gianfrancesco Guarnieri. Eles não usam Black Tie lança as bases para uma nova linguagem teatral no Brasil, um teatro moderno de características nacionais e populares. Posteriormente, Vianninha se afasta do Teatro de Arena e segue para o Rio de Janeiro, onde toma contato com o meio artístico e universitário efervescente da época, e este encontro culmina na criação do CPC, que teve em Vianninha um de seus principais expoentes e formuladores. Nunca é demais ressaltar na trajetória destes artistas o fato de que eram muitos deles quadros destacados do Partido Comunista, e suas formulações artísticas e teóricas sofreram influência desta ligação, assim como influenciaram fortemente a ação e a inserção do partido na vida cultural brasileira neste período histórico.
Um dos meus gratos amigos foi Gianfrancesco Guarnieri, a quem muito admiro (acho sua obra indevidamente avaliada todavia). Hoje me restou a grata amizade de Vânya Sant’Anna, sua companheira. O que ele representa a seu modo de ver?
O reconhecimento da contribuição imensa e genial de Gianfrancesco Guarnieri para a história da dramaturgia brasileira ainda está, infelizmente, como “Um Grito Parado no Ar”, expressão que dá nome a uma de suas melhores peças.
Eles não usam Black Tie foi a primeira peça teatral brasileira que colocou como protagonista um trabalhador, que retratou a vida da classe operária que se consolidava no país, que tratou de um tema político como a greve e que trouxe as questões sociais para o centro do drama. A obra de Guarnieri abre um caminho em nossa cena teatral que influencia toda uma geração de dramaturgos, desde Dias Gomes e Janete Clair, até os autores de telenovelas mais interessantes de hoje, como Aguinaldo Silva e Gilberto Braga. Além de tudo, era um excelente ator e um homem que foi, durante toda a sua vida, extremamente coerente e comprometido com os ideais e valores que inspiraram sua trajetória artística.
Velho e novo, Teatro de Arena – CPC, agora CUCA. O auto como forma teatral e a dramaturgia moderna. Uma das coisas que me marcaram na juventude foi Rasga Coração, do Vianninha, e lá tem uma passagem exatamente sobre o valor do velho e do novo, o conflito, mas a interação indeclinável entre ambos. Foi num momento mágico para o Brasil, final dos anos 50 e início dos 60, o país “bombava”. Hoje, em outro contexto e condições, o Brasil também está diante de novas potencialidades.

Isso se reflete na sua geração, na sua obra como artista?
Não é por acaso que, justamente neste momento que o Brasil está vivendo, estamos nos lançando nesta experiência de dialogar com a produção artística e cultural do período do CPC. Naquele momento havia, como creio que começa a surgir hoje, um sentimento de que o Brasil estava diante de uma possibilidade de desenvolvimento pleno, de avanço, de um salto histórico, como o que estamos vivendo agora. Evidente que havia, assim como há hoje, forças contrárias e reacionárias, toda uma propaganda ideológica conservadora, mas naquele momento setores importantes na vida cultural e na luta de ideias se posicionaram ao lado das forças progressistas e transformadoras. E creio que deste diálogo entre o velho e o novo, entre a produção artística deste período histórico e a que temos condição de produzir neste momento, irão brotar novas e interessantes possibilidades para a arte e a cultura de nosso tempo.
Qual foi sua trajetória até a dramaturgia?
Desde criança tive uma ligação forte com o teatro. Minha família nunca fez distinção entre teatro infantil e teatro adulto nos meus programas de fim de semana, portanto eu via de tudo. E lembro de assistir aos 10 anos uma montagem do Jardim das Cerejeiras, de Tchekov, que adorei e foi quando pela primeira vez ouvi falar da Revolução Russa. No Colégio Pedro II, onde fiz o ensino médio, participei de um grupo amador orientado por um de nossos professores que fez questão de nos apresentar aos textos clássicos da dramaturgia universal. Nas Semanas Culturais, organizadas pelo grêmio estudantil do qual fui presidente, encenamos peças de alto padrão como Liberdade Liberdade de Flávio Rangel e Millôr Fernandes e Terror e Miséria no III Reich, de Brecht. Parece inacreditável uma molecada fazendo essas peças na escola, mas a gente fazia e era muito bom. Passei no vestibular para História e Artes Cênicas, mas o desejo do teatro falou mais alto. Abandonei o curso de História e me formei em Direção Teatral e Teoria do Teatro pela UNIRIO. Em 2001, passei um ano na Cidade do México trabalhando com um coletivo de artistas latino-americanos, que reunia músicos, bailarinos, atores e artistas plásticos. Conseguimos um financiamento da Fundação Ford para um projeto de intervenções urbanas sobre a questão dos desaparecidos políticos nas ditaduras militares da América Latina. Nestas ações eu fazia uma espécie de narrador, mestre de cerimônias, e acabei descobrindo o teatro de rua como possibilidade de uma atuação ao mesmo tempo cultural e política. Quanto voltei ao Brasil, passei a trabalhar com o Grupo Tá Na Rua, do Rio, dirigido pelo teatrólogo Amir Haddad, onde desde então atuo como ator, dramaturgo e coordenador de projetos de uma ONG criada e mantida pelo grupo, o Instituto Tá Na Rua para as Artes, Educação e Cidadania. Em paralelo, sempre mantive uma militância social e política no movimento estudantil e no movimento cultural, que considero também como elementos fundamentais na minha trajetória e formação pessoal.
Em meu blog, tratei diversas vezes do tema do pensamento de Gramsci. Parece que você também vê aí questões seminais ao pensamento atual sobre os desafios brasileiros. Confere? Um de meus entrevistados (Julio Vellozo) chegou mesmo a sugerir um seminário sobre tal pensamento, no âmbito do partido e entorno. Você considera Gramsci atual?
Gramsci é um dos autores marxistas de maior importância para nós que atuamos no campo da cultura e da luta de ideias. É também fundamental para pensarmos a questão da identidade nacional e da formação do povo brasileiro, o papel destes elementos culturais como parte da luta política. Gramsci compreendia a política como uma dimensão da cultura, e não o contrário. O Brasil talvez tenha sido um dos países que mais absorveram as formulações de Gramsci, especialmente na obra de intelectuais como Leandro Konder e Carlos Nelson Coutinho (que por sinal tinham fortes ligações com a geração do CPC). Creio que nosso partido, ao formular sobre um novo projeto nacional de desenvolvimento e afirmar a especificidade do processo de formação do povo brasileiro na construção do socialismo no país, compreendendo o processo revolucionário como uma duradoura disputa de hegemonia no interior da sociedade, está dialogando com a contribuição teórica e política de Gramsci. Gramsci é atual, está na ordem do dia, e creio que seria muito importante que o PCdoB tomasse a iniciativa de estudar, debater e difundir sua obra e seu pensamento.

Entrevista concedida a Walter Sorrentino

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Debate no Fórum Social Mundial


Tarso Genro (Ministro da Justiça), Manuela D'Ávila (deputada federal pelo PCdoB/RS), Beto Albuquerque (presidente do PSB/RS), além de representantes das juventudes do PSB, do PDT e do PTB estiveram presentes no debate promovido pela UJS durante o Fórum Social Mundial em Porto Alegre nesta quinta-feira (28/01). O ato lançou o congresso da União da Juventude Socialista (UJS), que será em junho, em Salvador (BA).

UNE responde à nova tentativa do Estadão de criminalizar entidade


Sob o título "Ataques do Estadão à UNE: mais um capítulo da criminalização dos movimentos sociais", o presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Augusto Chagas, responde às acusações feitas pelo jornal Estado de S. Paulo e comenta a real intenção da reportagem que acusa a UNE de irregularidades.
Mais um capítulo da criminalização dos movimento sociais. A principal manchete do jornal O Estado de São Paulo deste domingo acusa: “UNE é suspeita de fraudar convênios”. Em toda a página de abertura do caderno, o jornal julga: “a UNE fraudou convênios, forjou orçamentos”. Categoriza-nos de “aliados do governo” e afirma: “a organização estudantil toma dinheiro público, mas não diz nem quanto gastou nem como gastou”. A afirmação “UNE é suspeita” não veio de nenhum órgão de polícia ou de controle de contas públicas, é uma afirmação de autoria e responsabilidade de O Estado de São Paulo.
A principal acusação é de um orçamento de uma empresa não localizada, que aparece numa previsão orçamentária. De resto, outro orçamento de uma empresa que funciona num pequeno sobrado e especulação sobre convênios que ainda não tiveram suas contas aprovadas.O fato é que a UNE nunca contratou nenhuma das duas empresas, apenas fez orçamentos, ao contrário do que a matéria, de modo ladino, faz crer. Sobre os convênios, o jornal preferiu ignorar as dezenas de convênios públicos executados pela UNE nos últimos anos – todos absolutamente regulares. Ignora também os pedidos de prorrogação de prazos feitos aos convênios citados, procedimento usual e que não tem nada de ilícito.A diferença no peso dado a duas notícias na capa desta mesma edição evidencia mais ainda suas opções. Com muito menor destaque, denuncia os vídeos e gravações de um escândalo de compra de parlamentares, operadas pelo próprio governador do Distrito Federal. Apenas a penúltima página do caderno trata do escândalo, imperceptível sob a propaganda de um grande anunciante do jornal. Uma pequena fotografia mostra os R$100 mil que foram anexados ao inquérito divulgado pela Polícia Federal.
A matéria, em tom jornalístico, não acusa. Pelo contrário, diz que os vídeos, “de acordo com a investigação”, revelam um suposto esquema de corrupção. Talvez o jornalista não tenha assistido às gravações... Há pelo menos 17 anos este jornal não oferecia à União Nacional dos Estudantes uma manchete desta proporção. A última acontecera no Fora Collor. A hipocrisia da sua linha editorial precisa ser repudiada. Não apenas como esforço de defender a UNE das calúnias, mas para desmascarar os seus reais objetivos.O principal deles é a desqualificação e criminalização dos movimentos sociais. O MST enfrenta um destes momentos de ataque, seja através da CPI recriada no Congresso pelos ruralistas, seja através da sistemática campanha que procura taxá-lo como “criminoso” para a opinião pública. As Centrais Sindicais sofrem a coerção econômica do patronato, policialesca do sistema judicial, e a injúria de parte da grande mídia. A UNE, que acaba de construir o congresso mais representativo dos seus 72 anos de vida, foi tratada como governista, vendida, aparelhada e desvirtuada de seus objetivos pela maioria das grandes rádios, jornais e revistas.
A grande imprensa oscila entre atacar os movimentos sociais ou ignorá-los - como fez recentemente com a marcha de mais de 50 mil trabalhadores reunidos em Brasília reivindicando a redução da jornada de trabalho. Este jornal, por exemplo, não achou o fato importante a ponto de noticiá-lo.As organizações populares e democráticas devem ter energia para reagir prontamente. É fundamental que o façam de maneira unificada, fortalecendo-se diante dos interesses poderosos que enfrentam. Que fique claro: o setor dominante tenta impedir as profundas transformações que estas organizações reivindicam e que são tão necessárias à emancipação do povo brasileiro e à conquista da real democracia no país.A manchete do Estadão evidencia também a maneira como a grande mídia trata o problema da corrupção no Brasil: como instrumento de luta política por seus objetivos e com descarado cinismo. Seja pela insistente campanha para desconstruir no imaginário popular a crença na política e no Estado, ou pelas escolhas que faz ao divulgar com destaque desproporcional irregularidades que envolvem aliados ou adversários, criando ou abafando crises na opinião pública. Na verdade, pouco fazem para enfrentar os verdadeiros problemas da apropriação privada daquilo que é público.
A UNE, pelo contrário, sempre levantou a bandeira da democracia. Alguns de nossos mais valorosos dirigentes deram a vida lutando por ela. E afirmamos com veemência: a UNE trata com absoluta responsabilidade os recursos públicos que opera e os aplica para atividades de grande interesse da sociedade. Às vésperas da primeira Conferência Nacional de Comunicação, o movimento social deve intensificar a luta pelos seus direitos. O enfrentamento à despótica posição da mídia brasileira é um dos grandes desafios que o país terá na construção da democracia que queremos. O movimento social brasileiro vive um momento de grande unidade, que pode ser visto pela sólida relação entre as Centrais Sindicais e pelo fortalecimento da Coordenação dos Movimentos Sociais. Não à toa, a UNE foi mais uma vez atacada. “Saibam que estamos preparados para mais editoriais, artigos, comentários e tendenciosas ‘notícias’”, afirmei em artigo publicado no dia 24 de julho, apenas cinco dias após a realização do nosso 51º Congresso. Os meses que se passaram não tornaram a afirmação anacrônica. Pois que todos saibam que a UNE não transigirá um milímetro de suas convicções e disposição de luta por um Brasil desenvolvido e justo.

Por Augusto Chagas, presidente da UNE